terça-feira, 18 de outubro de 2016

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO BRASILEIRA


Amargosa-Ba, 16 de outubro de 2016


À população brasileira,

Venho por meio desta, informá-los e convidá-los à nos mobilizar por um fato que atinge à todos, principalmente no que diz respeito à Educação e Saúde da população brasileira.

Sabe-se que atualmente o Brasil passa por extremas mudanças em sua gestão e que isso nos afetará inteiramente como cidadãos. Além de diversos cortes que já ocorreram estamos prestes a perder direitos que nos deixarão presos por um longo tempo.

A PEC 241 e a Medida Provisória 746 tirará de nós muitas oportunidades, nisso a garantia de direitos ao qual afetará a classe que vive da venda da força de trabalho.

A Publicação de uma medida provisória como a MP 746/2016 afronta o curso democrático das decisões educacionais, haja vista que expressa autoritarismo e desrespeito à população brasileira, ferindo a Constituição silenciando a voz de toda a comunidade educacional deste país. Sua natureza, não deixa dúvidas que se trata de um regime ditatorial. A estratégia coercitiva deste mecanismo de imposição legal já reúne motivos fundamentados para ser rejeitada. A MP 746/2016 modifica a organização da escolaridade no que diz respeito ao Ensino Médio sem se apoiar em estudos acumulados que examinam as demandas deste segmento de nossa sociedade, eliminando disciplinas historicamente instituídas no currículo pela sua pertinência e fundamental papel na formação das gerações estudantis (filosofia, Educação Física, Sociologia e Artes). Representa também uma afronta às lutas pela profissionalização docente ao validar uma outra possibilidade de atuação na docência não oriunda dos cursos de licenciatura legalmente sustentados (profissionais de notórios saber), estando, assim, em colisão com a LDB/96.

A Proposta de Emenda à Constituição- PEC 241 se resume na redução dos gastos com educação, saúde, salário mínimo, infraestrutura etc. pelos próximos 20 anos, resultando precarização da saúde e da educação durante este tempo. A PEC 241 propõe que, a partir de 2017, as despesas em termos reais ficará igual à realizada em 2016. Por sua vez, em 2018, o limite anual será o teto de 2017 acrescido da inflação, em 2017. E assim por diante, enquanto estiver em vigor. O objetivo é conter a expansão da despesa pública primária, o governo sinaliza para os detentores de títulos públicos que os valores contratualmente estipulados nesses títulos serão honrados, possibilitando menores taxas na negociação de novos títulos públicos.

Porém a dívida pública do Brasil está chegando aos R$ 3 trilhões, um valor bem absurdo se comparado ao nosso PIB de R$ 4.4 trilhões no ano de 2012. Para piorar a nossa situação, esse montante só vem crescendo, pois o que pagamos da dívida todos os anos não é suficiente para pagar os juros.

E todo esse dinheiro destinado ao pagamento da dívida vai para onde? As Instituições financeiras, sendo os bancos na sua grande maioria, detêm 31% da dívida pública brasileira. A situação é tão ruim que o pagamento dos "juros" da dívida levou aproximadamente 44% do orçamento da união no ano de 2012, enquanto que o percentual 4,17% foi investido em saúde e 3,34% em educação. Ambos somados não chega aos 10%. Portanto, diante desses números percebemos que o que é arrecadado como imposto, é destinado ao enriquecimento de instituições bilionárias, ao invés de ser aplicado em melhorias sociais. Instituições estas que atuam como "sanguessugas" do dinheiro público, sendo exatamente estes que serão sacrificados para o pagamento da tal dívida.

Fig. 1 - Orçamento Geral da União – Executado em 2012 – Total = R$ 1,712  trilhão.
Fonte Auditoria Cidadã

Pedimos a colaboração a respeito de informar a população sobre, e se possível mobilizar para que juntos possamos garantir nossa voz de cidadão.

Contudo, nós educandos do Curso de Licenciatura em Educação do Campo com Habilitação em Ciências Agrária, juntamente com os demais alunos do Centro de Formação de Professores em mobilização com outros centros da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia estaremos em Assembleia no dia 19 de outubro de 2016 no Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas- CCAAB da UFRB, em Cruz das Almas para discutir sobre tais medidas.


Atenciosamente,


Paloma Oliveira, Danrlei Silva e Lourival Alves

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